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Sistema de transporte de alimentos congelados é impactado pelo novo coronavírus

01/04/2020

Mesmo já infectando milhares de pessoas, fechando fronteiras e colocando cidades do mundo inteiro em confinamento, a pandemia do coronavírus ainda promete desencadear muitas questões.

A exemplo disso, a pandemia já criou dois cenários desafiadores para o setor de aves e suínos do Brasil, um interno e outro externo.

A crescente suspeita de novos casos de coronavírus no Brasil também tem colocado as autoridades do país em alerta quanto aos meios pelos quais o vírus pode se propagar.

Devido ao enclausuramento recomendado, ainda não podemos prever a dimensão dos impactos sociais ou psicológicos, mas é visível a drástica mudança na forma como as pessoas se alimentam.

Com a tendência de estocagem de alimentos em resposta ao isolamento da população, o setor de logística de alimentos começa a sentir os primeiros impactos dessa nova forma de consumo.

Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, “isso vai exigir um manejo dos canais de atuação e logística. Teremos mais canais demandando maiores volumes e que antes demandavam pequenas quantias”, explica.

Ainda segundo o executivo, a atividade dos fasts foods já deve ter diminuído em 60% com a mudança nos hábitos dos brasileiros dos últimos dias.

Em termos práticos, todo os alimentos antes consumidos em restaurantes passam a se concentrar na geladeira e armários dos brasileiros.  

Coronavírus: desafios internacionais do setor de logística

Quanto aos desafios do setor logístico internacional, considerando que a China é o maior comprador de proteína animal do Brasil, a gradativa estabilização do país ainda é um problema a ser contornado.

É preocupante saber que muitos dos navios que foram abastecer os países asiáticos no início do ano ainda não retornaram para a costa brasileira devido ao surto de coronavírus.

Com isso, um crescente congestionamento de navios em diversas províncias da China ainda está à espera de liberação para descarregar as mercadorias.

O quadro tem causado uma pressão no setor logístico do Brasil, com uma procura maior por contêineres refrigerados.

“Temos notícia de uma empresa que está colocando um navio inteiro de volta para o Brasil com contêineres vazios”, afirma o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin.

Existe a possibilidade de enfrentarmos uma pós-crise de abastecimento? 

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), outra entidade representante do setor de logística e distribuição de alimentos, também já se manifestou sobre o novo coronavírus.

Diante do cenário atual, a entidade criou um comitê de gestão de crise em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e a Associação Paulista de Supermercados (APAS). 

A ideia é acompanhar diariamente o abastecimento de alimentos no país, com o objetivo de minimizar os impactos e dar mais agilidade na identificação de possíveis problemas.

O diretor-executivo da ABPA, ainda aponta que o Ministério da Agricultura tem consultado a cadeia produtiva sobre os problemas de distribuição causados pela pandemia para antecipar planos de contingência.

“Em um período de crise, proatividade é muito importante. O governo está querendo saber o que o setor precisa e o que pode ter de problema adiante, para nos prevenirmos”, destaca o dirigente da ABPA.

Caso sejam adotadas restrições de transportes, entre as possíveis medidas que o setor pode firmar com o governo é o passe livre nas estradas do país.

“Se porventura tiver de aumentar a restrição de transportes e o tráfego de pessoas, que sejam estabelecidos corredores de passagem para o transporte de alimentos, incluindo a nutrição para os animais”, disse Santin.

Segundo a ABRAS, os supermercados estão preparados, inclusive, para aumentar o abastecimento, caso seja necessário, como já ocorre em datas sazonais.

Com isso, a logística de abastecimento segue dentro da normalidade, assim como os estoques, e não haverá nenhum risco imediato de falta de alimentos no país.

Os alimentos podem abrigar e transmitir o novo coronavírus?

Em entrevista para o portal de notícias aquaviárias Porto Canal, Carlos Portugal Nunes, da Ordem dos Nutricionistas, afirma que estamos lidando com uma “novidade” desconhecida.

“O que se sabe é que dos coronavírus que tivemos anteriormente não foi demonstrado que os alimentos pudessem ser uma fonte ou via de transmissão da infecção”, explica.

Os coronavírus são um grupo de vírus conhecidos desde meados dos anos 1960.

O novo responsável pelo surto foi nomeado de 2019-nCoV, em referência ao ano dos primeiros indícios do vírus, “n” para representar o “novo” e “CoV”em alusão ao grupo ao qual o vírus pertence.

Ainda assim, para popularizar e diferenciar este vírus em particular, os pesquisadores e cientistas o batizaram de novo coronavírus.

Os coronavírus recebem esse nome por seus aparentes espinhos em forma de coroa quando vistos em um microscópio.

Mesmo que o risco não tenha sido demonstrado, segundo recomendações da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, a melhor forma de se proteger é a prevenção.  

Ainda que adotemos as medidas de controle tomadas em todo o mundo para combater o novo coronavírus, sabemos da possível necessidade de abastecimento rápido e inteligente em todo o país.

Por isso, em respeito à importância do nosso trabalho de distribuição e inteligência logística para o setor de alimentos, a Friozem se compromete a manter suas operações normalmente.

Referências

https://g1.globo.com/podcast/o-assunto/noticia/2020/01/29/o-assunto-111-as-respostas-da-china-ao-novo-coronavirus-e-os-impactos-na-economia-global.ghtml

https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/02/06/como-o-coronavirus-vai-ganhar-um-novo-nome-e-por-que-isso-e-importante.ghtml 

https://www.beefpoint.com.br/coronavirus-muda-a-distribuicao-de-carnes-dentro-e-fora-do-pais/ 

https://www.opovo.com.br/coronavirus/2020/03/17/nao-ha-risco-de-desabastecimento-no-pais--diz-associacao-da-industria-de-alimento.html

http://portocanal.sapo.pt/um_video/AKVFWcWWrje9sIVsWflK

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